Ser mulheres juntas não era suficiente. Éramos diferentes. Ser garotas gays juntas não era suficiente. Éramos diferentes. Ser negras juntas não era suficiente. Éramos diferentes. Ser mulheres negras juntas não era suficiente. Éramos diferentes. Ser negras sapatonas juntas não era suficiente. Éramos diferentes... Levou algum tempo para percebermos que nosso lugar era a própria casa da diferença e não a segurança de alguma diferença em particular. (Audre Lorde)

segunda-feira, 3 de setembro de 2012

A OPRESSÃO DAS MULHERES E DOS ANIMAIS


“Os animais do mundo existem para seus próprios propósitos. Não foram feitos para os seres humanos, do mesmo modo que os negros não foram feitos para os brancos, nem as mulheres para os homens.” - Alice Walker

            Os vegetarianos, assim como as feministas, enfrentam o problema de terem seus significados entendidos dentro de uma cultura dominante que aceita a legitimidade à opressão.
            Falar sobre submissão feminina numa sociedade patriarcal é um tanto complicado. Pois, aos olhos da sociedade se é um homem quem reivindica os direitos da mulher, certamente é porque deseja ser uma. Se for uma mulher quem contesta, nem merece ser ouvida. Suas vozes são silenciadas por um sistema patriarcal onde o homem branco heterossexual é quem dita as regras. Todos aqueles que não se enquadram no padrão: negros, homossexuais, trans, mulheres; não merecem atenção.
            Os animais, assim como as mulheres estão à mercê do consumo e posse. Animais são consumidos e mulheres são estupradas. E de quem é a culpa? É da vítima. Uma sociedade machista e insensível onde mulheres são vistas como objeto sexual e animais nascem para ser consumidos – eis o motivo de tanta guerra.
            O machismo afirma que a mulher é estuprada porque usa roupas vulgares ou não se dá valor. O especismo, que nada mais é do que a discriminação baseada na diferença de espécies, afirma que somos superiores aos animais não-humanos, pelo simples fato de sermos humanos. Há o mito de que os homens necessitam de carne. Como o carnivorismo é uma prática masculina, renunciá-la é opor-se ao patriarcado. Além de – no caso dos homens − colocar sua sexualidade em dúvida, já que o ato de comer carne (ou seja, o animal morto) é uma maneira de afirmar a virilidade.
            Apesar de estarmos cansados de saber que animais sentem dor assim como nós, negamo-nos a descobrir toda a verdade à cerca da nossa comida. Afinal, para que serve uma verdade que não nos convém? Não é à toa que o matadouro se encontra tão longe dos nossos olhos.



(Texto de Regiane Arruda, estudante do primeiro ano do Curso Técnico em Informática do IFMS-Coxim)

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