Ser mulheres juntas não era suficiente. Éramos diferentes. Ser garotas gays juntas não era suficiente. Éramos diferentes. Ser negras juntas não era suficiente. Éramos diferentes. Ser mulheres negras juntas não era suficiente. Éramos diferentes. Ser negras sapatonas juntas não era suficiente. Éramos diferentes... Levou algum tempo para percebermos que nosso lugar era a própria casa da diferença e não a segurança de alguma diferença em particular. (Audre Lorde)

segunda-feira, 24 de setembro de 2012

INSCRIÇÕES ABERTAS PARA CICLO DE ESTUDOS SOBRE SEXO E GÊNERO- IFMS/COXIM

Entre os dias 24 e 28 de setembro de 2012  a Casa da Diferença estará com inscrições abertas para as atividades de estudos que acontecerão neste semestre. Contamos com 15 vagas, que serão preenchidas por ordem de inscriçãoAs inscrições (contendo nome completo, telefone e/ou celular) devem ser feitas exclusivamente pela internet no seguinte endereço eletrônico:casa_dadiferenca@hotmail.com

Este é o terceiro módulo de estudos do grupo. No primeiro, fizemos a leitura e a discussão do artigo de Beatriz Preciado -  Multidões queer: por uma política dos anormais-, e tivemos como objetivos principais o contato com as teses da autora e a construção de uma espécie de mapa teórico que nos permitisse identificar autores e autoras importantes para compreendermos o processo de constituição do sexo dentro da atual sexopolítica contemporânea. No segundo, realizamos a leitura e a discussão do primeiro volume da História da sexualidade: a vontade de saber, escrito pelo filósofo Michel Foucault. Tentamos determinar quais eram as principais teses expressas no livro e entender a constituição do dispositivo da sexualidade.  Para o terceiro módulo escolhemos a obra Inventando o sexo: corpo e gênero dos gregos a Freud, escrita por Thomas Laqueur. Nossa escolha não foi gratuita, a leitura de Thomas Laqueur, assim como a de Preciado e a de Foucault, nos fornece elementos, por meio de analises de materiais ligados à produção da anatomia humana, para colocar o sexo, enquanto entidade estanque e biológica, em questão.

CRONOGRAMA DE ATIVIDADES

01/10/2012
Filme: A pele que habito
08/10/2012
Capítulo um: Da linguagem e da carne
22/10/2012
Capítulo dois: Destino é anatomia
29/10/2012
Capítulo três: Nova Ciência, uma só carne
05/11/2012
Capítulo quatro: Representando o sexo
19/11/2012
Capítulo cinco: A descoberta dos sexos
03/12/2012
Capítulo seis: O sexo socializado
10/12/2012
Filme: Morrer como um homem


NOSSOS ENCONTROS:

ONDE? IFMS/Coxim - atualmente estamos no terceiro piso da escola Padre Nunes (marcelão), a sala ainda será definida.
QUANDO? Segundas-feiras (leia o cronograma de atividades)
HORAS? das 15h40  às 17h40.

CERTIFICADOS:
Nossas reuniões contabilizam um total de 16h, porém, para que o/as participantes dediquem um período de tempo à leitura dos textos, nosso certificado contemplará mais 4h, totalizando 20h. Para o recebimento dos certificados é preciso participar de 75% das atividades presenciais.

LEMBRETE: não há  pré-requisitos para participar das reuniões, além da vontade de pensar e da  realização da leitura prévia dos textos que serão debatidos, claro! O texto será disponibilizado na Central Cópias a partir do dia 27/09.


INFORMAÇÕES BIBLIOGRÁFICAS:

LAQUEUR, Thomas. Inventando o sexo: corpo e gênero dos gregos a Freud; trad. Vera Whately. - Rio de Janeiro: Relume Dumará, 2001.


SOBRE O LIVRO (orelha escrita por Silvia Alexim Nunes):
“A diferença de sexos é ainda hoje uma questão que instiga antropólogos, filósofos, sociólogos e psicanalistas. O assunto também tornou-se cotidiano na vida cultural em geral, matéria constante na imprensa mundial. Os estudos mais recentes sobre o tema, principalmente aqueles ligados à história das mentalidades, trazem uma novidade, que é o tema deste livro: a formulação de que as relações sociais de sexos não são a-históricas, dado este que rompe com qualquer perspectiva naturalista ou biologizante.
Nesta perspectiva, Inventando o Sexo é um marco. Não só pela pesquisa histórica rigorosa que Thomas Laqueur realiza, mas principalmente pelas consequências profundas e surpreendentes que ele tira de seu objeto de estudo. Analisando os discursos sobre o corpo, a fisiologia reprodutiva e as relações entre os sexos, Laqueur demonstra como as diferentes formas de se pensar a diferença entre os sexos, de Aristóteles à Freud, pouco tiveram a ver com os progressos da ciência. Ao contrário, propõe que a passagem de um modelo de sexo único que predominou nas sociedades ocidentais da Antiguidade até o final da Renascença e que advoga a existência de um só sexo, o masculino, do qual a mulher seria uma versão imperfeita, para o modelo de dois sexos que aparece no século XVIII e que trata homens e mulheres como radicalmente diferentes e complementares, não se deu em função de um avanço da ciência, mas sim como resposta as necessidades políticas fundamentais para a construção da sociedade liberal moderna.
Para Laqueur as diferentes formas de interpretar o corpo e as diferenças entre os sexos não resultam de um conhecimento específico, sendo, ao contrário, produções discursivas principalmente dentro de um contexto de lutas e conflitos em que estão em jogo gênero e poder. Indo mais longe ainda, sugere que as teorias sobre a diferença sexual tiveram uma influência significativa no curso do progresso científico e na interpretação de resultados experimentais específicos.
A radicalidade de suas teses torna esse livro leitura obrigatória para aqueles que pretendem se dedicar ao estudo das relações entre corpo, sexo e gênero nas sociedades contemporâneas, onde ciência e as novas tecnologias reprodutivas recolocam a necessidade de uma reflexão profunda sobre o tema”.

SOBRE O AUTOR
THOMAS LAQUEUR  é professor de história da UCLA (Universidade da Califórnia), e Berkeley, onde realiza pesquisas sobre história social e história da medicina. Em 1967, graduou-se  pelo Swarthmore College em filosofia, história e biologia e, em 1973, completou sua formação no Nuffield College e na Universidade de Princeton. Entre 1980 e 1981 estudou medicina na UCLA como preparação para a produção deste livro. É membro do Centro Nacional de Ciências Humanas, na Califórnia do Norte, e da Academia Americana de Artes e Ciências. É membro fundador do jornal Representations e escreve regularmente para o London Review of Books e para a New Republic.

Entrevista com Thomas Laqueur: http://www.ihuonline.unisinos.br/index.php?option=com_content&view=article&id=469&secao=199


SOBRE OS FILMES:

A PELE QUE HABITO

Richard Ledgard (Antonio Bandeiras) é um cirurgião plástico que, após a morte da sua mulher num acidente de carro, se interessa pela criação de uma pele com a qual poderia tê-la salvo. Doze anos depois, ele consegue cultivar esta pele em laboratório, aproveitando os avanços da ciência e atravessando campos proibidos como os da transgênese com seres humanos. No entanto, este não será o único delito que o cirurgião irá cometer.


FICHA TÉCNICA


Diretor: Pedro Almodóvar
Elenco: Antonio Banderas, Elena Anaya, Marisa Paredes, Jan Cornet, Roberto Álamo, Blanca Suárez, Eduard Fernández, José Luis Gómez, Bárbara Lennie, Susi Sánchez
Produção: Agustín Almodóvar, Esther García
Roteiro: Pedro Almodóvar, Agustín Amodóvar
Fotografia: José Luis Alcaine
Trilha Sonora: Alberto Iglesias
Duração: 133 min.
Ano: 2011
País: Espanha
Gênero: Suspense
Cor: Colorido
Distribuidora: Paris Filmes
Estúdio: Canal+ España / El Deseo S.A. / Televisión Española (TVE) / Instituto de Crédito Oficial (ICO)
Classificação: 16 anos

(As informações sobre o filme foram retiradas de: http://www.cineclick.com.br/filmes/ficha/nomefilme/a-pele-que-habito/id/17478 )



MORRER COMO UM HOMEM

Houve uma vez uma guerra… Na escuridão da noite, o jovem soldado está ausente sem licença. Tonia, veterano transexual nos shows de drags em Lisboa, vê o mundo ao seu redor desmoronar. A concorrência com os jovens artistas ameaça seu status de estrela. Pressionada pelo jovem namorado Rosário para assumir sua identidade feminina, fazendo a operação que o transformará em mulher, Tônia luta contra suas profundas convicções religiosas. Se, por um lado, ela quer ser a mulher que Rosário deseja, por outro sabe que diante de Deus jamais será mulher. E seu filho, a quem abandonou quando era criança, agora um desertor da guerra, está à sua procura. Tônia descobre estar muito doente. Para ficar longe de todos os problemas, ela viaja para o campo com Rosário, com o pretexto de visitar o irmão. Rosário toma o caminho de sua infância, mas nunca encontrará o caminho certo. Perdidos, eles vão dar em um bosque, um mundo no qual eles se deparam com a enigmática Maria Bakker e sua amiga Paula. E esse encontro vai transformar o mundo em sua cabeça.

FICHA TÉCNICA

Diretor: João Pedro Rodrigues
Elenco: Fernando Santos, Alexander David, Gonçalo Ferreira de Almeida
Produção: Maria João Sigalho
Roteiro: João Pedro Rodrigues, Rui Catalão
Fotografia: Rui Poças
Duração: 133 min.
Ano: 2009
País: Portugal, França
Gênero: Drama
Cor: Colorido
Distribuidora: Não definida

(As informações sobre o filme foram retiradas de: http://www.cineclick.com.br/filmes/ficha/nomefilme/morrer-como-um-homem/id/16349)

Filme completo disponível emhttp://www.youtube.com/watch?v=kwuTj52iFNk

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