Ser mulheres juntas não era suficiente. Éramos diferentes. Ser garotas gays juntas não era suficiente. Éramos diferentes. Ser negras juntas não era suficiente. Éramos diferentes. Ser mulheres negras juntas não era suficiente. Éramos diferentes. Ser negras sapatonas juntas não era suficiente. Éramos diferentes... Levou algum tempo para percebermos que nosso lugar era a própria casa da diferença e não a segurança de alguma diferença em particular. (Audre Lorde)

sábado, 14 de abril de 2012

Querem que acreditemos que o cérebro da mulher coxinense é a vagina

       Como é ser mulher na cidade de Coxim? Para respondermos essa questão é preciso primeiramente saber o que é ser mulher. Seria um porta-vagina? Ou ser mulher é mais que ter um órgão reprodutor feminino?
           Tanto homens quanto mulheres veem a “mulher ideal” como aquela que tem um corpo físico legal, que se comporta como dizem que uma mulher deve se comportar, e que além de tudo, seja feminina. Então, vamos tentar definir o que foi dito. Ter um corpo legal significa ter peito e bunda? Uma mulher deve se comportar como santa?  Só se é mulher quando se está em cima de um salto, ou com o rosto maquiado? E por último, as que não se encaixam no padrão de “mulher ideal” são o quê? 
          Em pleno século XXI não estamos completamente livres de presenciar atos e discursos machistas contra as mulheres. Algumas vezes essas atitudes podem parecer normais e inofensivas, pois a sociedade está acostumada com o discurso de que a mulher é inferior ao homem.  Provas disso são os dados divulgados pela Delegacia de Atendimento a Mulher (DAM) que revelam o aumento da violência contra a mulher no município de Coxim. Conforme a DAM, em 2011 foram registradas 233 delitos de violência doméstica, sendo 37 ocorrências no mês de janeiro e fevereiro, enquanto esse ano só nos dois primeiros meses foi registrado 74 ocorrências, o dobro.
            De modo geral, a mulher brasileira é vista como promíscua, dotada de muita bunda e peito... O que parece ser essencial para alguém que tem como propósito ser objeto sexual. Agora se diminuíssemos o conceito geral de mulher para a mesma que vive numa cidade do interior do Mato Grosso do Sul, conseguiríamos perceber o aumento do que chamamos de sexismo, justamente pela grande concentração de homens e mulheres machistas em um pequeno espaço.
Aqui as mulheres são definidas, mais ou menos assim: Se você não se casa, é incompleta, portanto infeliz. Se você namora muito, é vagabunda. Caso se separe, é porque era péssima esposa. Se um filho se desvirtua, a mãe não soube educar. Se dirigir um carro, é barbeira. Se dirigir um caminhão é “sapatão”. Se for lésbica, é falta de homem, e por aí vai...
De nenhum modo a mulher é bem vista, a não ser que possua uma família (marido e filhos).
            Logo é necessário que homens e mulheres se conscientizem do mal que o machismo pode causar principalmente se introduzido na nossa cultura. Pois desse modo, iremos repassar de geração em geração o pensamento de que a mulher só se torna “mulher de verdade” quando arranja um homem. E apesar de termos pessoas que lutam pela igualdade dos gêneros, tanto no Brasil quanto na nossa cidade, é imprescindível a ajuda de todas as mulheres lutando por um único objetivo – o de derrubar de vez o sexismo – e assim construirmos uma sociedade igualitária.


 (Texto de Regiane Arruda, estudante do primeiro ano do Curso Técnico em Informática do IFMS-Coxim)



Um comentário:

  1. A mudança esta na atitudes da mulheres, a conscientização deve ser iniciada nesta população, uma vez que, alguns homens nao respeitam

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