O NÚCLEO DE INCLUSÃO E DIVERSIDADE DO IFMS-COXIM CONVIDA A TODXS A PARTICIPAREM DO
DIA 10 AO DIA 14 DAS SEGUINTES ATIVIDADES:
DEBATE
DEBATE
ENTRE MULHERES: ESTUDAR E TRABALHAR NA
EDUCAÇÃO CIENTÍFICA, TÉCNICA E TECNOLÓGICA – QUARTA-FEIRA DAS 14H30 ÀS 16H20 (120
VAGAS – NÃO NECESSITA INSCRIÇÃO)
CINEMA
CINE-SOCIOLOGIA
COM O FILME OLGA – SEGUNDA-FEIRA DAS 13H45 ÀS 17H (120 VAGAS- NÃO NECESSITA
INSCRIÇÃO) - Alexandre Lopes/Prof. Me/IFMS
MINICURSO
A
CIÊNCIA É MASCULINA OU AS POSIÇÕES DE DESTAQUE NA CIÊNCIA SÃO MASCULINAS?
- TERÇA-FEIRA DAS 14H ÁS 17H (20 VAGAS)
– Ana Karoline Jerônimo da Silva/
Graduanda/ IFMS- Lucas Pereira Gandra/ Graduando/ IFMS
RODA DE CONVERSA
SAÚDE
DA MULHER – QUINTA-FEIRA DAS 9H30 ÀS 11H
(40 VAGAS) – Shintia/ Enf.ª/ SAE/
OFICINAS:
TEORIAS
E PRÁTICAS DE YOGA - SEGUNDA-FEIRA DAS 15H30 ÀS 17H30 (15 VAGAS) – Kelly Dutra/ Prof.ª
LEITURA
AFETIVA – SEXTA-FEIRA DAS 14H30 ÁS 16H30 (10 VAGAS) –Jozil dos Santos/ Prof.ª
Esp./ IFMS - Raul Alves/ Graduando/UFMS
ESTENCIL:
FEMINISMO E ARTE - SEXTA-FEIRA DAS 8H30
ÀS 11H30 (6 VAGAS)- Cleiton Zóia Münchow /Prof. Me./IFMS - Gleiciane Cruz/
Estudante/IFMS - Raquel dos Santos/ Estudante/IFMS – Regiane
Arruda/Estudante/IFMS.
INTERVENÇÕES NO INTERVALO
DANÇAS
CIRCULARES – Jozil dos Santos/ Prof.ª Esp./ IFMS - Cleiton Zóia Münchow /Prof.
Me./IFMS – Com a participação dxs estudantes do IFMS
CURTA
FEMINISTA NO INTERVALO - Cleiton Zóia
Münchow /Prof. Me./IFMS
EXPOSIÇÃO
EXPOSIÇÃO
DE ARTESANATO EM ARGILA PRODUZIDO PELAS ESTUDANTES DO PROGRAMA MULHERES MIL -
QUARTA-FEIRA DAS 14H30 ÀS 16H20- Tadeu
Loibel/Prof. Me/IFMS – Martha Silveira Nogueira/ Prof.ª e artista plástica/IFMS
SOBRE A SEMANA DA MULHER NO IFMS
No Brasil a diferença de gênero é marcada pela desigualdade no mundo do trabalho. As mulheres coxinenses, por exemplo, de acordo com os dados do IBGE de 2010, ganham em média 547, 07 reais a menos que os homens. A renda é somente um dos aspectos das desigualdades presentes no mundo do trabalho. Há muito as feministas nos mostraram que o pessoal é político de maneira que não podemos ignorar que ao trabalho realizado pelas mulheres - seja na iniciativa privada ou pública, como autônoma ou empregada – deve-se, ainda hoje, acrescentar o trabalho doméstico que, por ser recorrentemente apresentado como espécie de realização natural feminina, não gera rendimentos salariais.
Quando pensamos em mulheres que trabalham na área da educação (docentes e servidoras técnicas) não podemos perder de vista sua presença massiva nas séries iniciais de ensino e sua raridade nos níveis considerados superiores. Distribuição semelhante pode ser percebida no que se refere à ciência e à tecnologia, áreas do saber e de atuação profissional em que a presença feminina, além de invisibilizada, é menor. Não acreditamos que essa disparidade resulte de uma suposta natureza do comportamento feminino responsável por levar as mulheres para outras áreas de atuação. A inteligibilidade dessa organização deve ser buscada na própria instituição da ideia de natureza feminina, a qual, conforme Wittig, oculta que a divisão entre os sexos é política.
A compreensão política da divisão entre os sexos implica num posicionamento distinto em relação aos modelos de organização de sexo e gênero em que sua existência passa a ser pensada como efeito de relações de poder que, por meio das práticas cotidianas presentes nos mais diversos setores da nossa vida, constituem nossa subjetividade e identidade. Daí resulta uma perspectiva interessada em interrogar-se a respeito dos mecanismos de produção dessa divisão política (WITTIG, BULTLER, PRECIADO) que se resguarda sob a capa de uma pretensa natureza feminina. A partir dessa perspectiva, que se interroga pela produção tecnológica do natural, gostaríamos de propor um conjunto de ações orientadas no sentido de nos fazer pensar com as mulheres (tecnobio e tecnotrans) na educação técnica e tecnológica, espaço marcado oficialmente pela presença de tecnobiohomens.
Fizemos um levantamento na página da internet do IFMS para averiguar a distribuição de poder a partir de uma perspectiva de gênero e encontramos os seguintes resultados: dos 22 cargos de direção, distribuídos entre os 7 campi, somente 8 são ocupados por mulheres. O campus que apresenta maior número de mulheres é o de Três Lagos (3 diretoras), o de menor número é Coxim, que não tem nenhuma mulher ocupando cargo de direção, a não ser em caráter de provisoriedade. Nas coordenações também encontramos um desnível muito grande: dos 61 cargos, somente 17 são ocupados por mulheres. Mesmo no campus que apresenta o maior número de mulheres em suas coordenações, o total de mulheres perde para o total de homens: Coxim tem 4 coordenadoras e 5 coordenadores. O campus de Aquidauana, por sua vez, apresenta o menor número de mulheres em suas coordenações: 1 mulher e 6 homens.
A escolha do tema é estratégica e reflete nossa preocupação em problematizar gênero e sexualidade em nossas práticas cotidianas no mundo do trabalho de maneira a nos permitir criar percepções politizadas acerca dos processos de produção e de organização do gêneros e da sexualidade no interior do espaço institucional que habitamos e que - como bem nos mostrou Foucault, em Vigiar e Punir, utilizando a figura arquitetônica do panóptico - nos habita.